A Doença Venosa Crónica (DVC) é uma patologia crónica e evolutiva, definida como um anormal funcionamento do sistema venoso que afeta o fluxo sanguíneo. Quando não é tratada a tempo pode originar diversas complicações que têm um elevado impacto no dia-a-dia dos doentes.1,2
Os sintomas mais recorrentes que surgem associados a este tipo de doença são a sensação de dor e de pernas cansadas, pernas e tornozelos inchados, comichão, dormência nas pernas, cãibras (essencialmente durante a noite) e a sensação de pernas pesadas.3

Em Portugal, à semelhança de outros países ocidentais, esta doença tem uma elevada prevalência, atingindo cerca de 35% da população adulta, com maior incidência no sexo feminino a partir dos 30 anos, embora também afete indivíduos do sexo masculino. 4
Existem diversos fatores de risco que podem estar associados ao aparecimento ou agravamento dos sintomas da doença venosa, dos quais se destacam a idade, o género (maior incidência no género feminino), gravidez, predisposição familiar, obesidade, falta de exercício, obstipação e tabagismo. 5
Dependendo da gravidade e dos sintomas sentidos, o tratamento e a prevenção do agravamento da DVC pode passar por incluir a toma de substâncias com ação venotónica e vasoprotetora (ex.: diosmina, videira vermelha, gilbardeira), a utilização de meias de compressão elástica e em alguns casos poderá ser necessário recorrer a intervenções cirúrgicas.
Uma das formas de tratar a dor nas pernas e aliviar os restantes sintomas é através da toma de produtos com substâncias que têm como função melhorar a circulação sanguínea. A maioria destas substâncias têm uma ação anti-inflamatória e anti edematosa e são benéficas em todas as fases da DVC, ajudando à melhoria da qualidade de vida dos doentes. Existem disponíveis cremes para massajar as pernas de forma a melhorar a circulação do sangue e aliviar o desconforto. Poderá também ser aconselhada a utilização de meias ou bandas elásticas para realizar compressão e assim promover o retorno venoso, prevenindo desta forma o edema e promovendo a oxigenação dos tecidos. Além disso, existem várias técnicas de tratamento cirúrgico para tratar varizes salientes e as suas possíveis complicações.6,7,8,9,10,11,12,13
Algumas medidas que poderão ser adotadas para melhorar os sintomas da doença são: praticar exercício físico (marcha, corrida lenta, bicicleta ou natação), evitar permanecer longos períodos de tempo em pé ou sentado, evitar usar saltos altos ou rasos, prevenir o excesso de peso, evitar o uso de roupa apertada e procurar locais frescos. 6,11
Esta informação não dispensa o aconselhamento médico.
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Referências bibliográficas
1 – Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular. «Doenças vasculares mais comuns – SPACV». https://spacv.org/2017/05/24/doencas-vasculares-mais-comuns/.
2 – Wrona, M., K. – H. Jöckel, F. Pannier, E. Bock, B. Hoffmann, e E. Rabe. (2015) «Association of Venous Disorders with Leg Symptoms: Results from the Bonn Vein Study 1». European Journal of Vascular and Endovascular Surgery. 50, n. 3: 360–67. https://doi.org/10.1016/j.ejvs.2015.05.013.
3 – Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular. «Sintomas de Doença Venosa Crónica», Alerta Doença Venosa. https://www.alertadoencavenosa.pt/sintomas.
4 – Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular, «DVC: Doença Venosa Crónica», Alerta Doença Venosa. https://www.alertadoencavenosa.pt/dvc.
5 – Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular. «Causas Da Doença Venosa Crónica». Alerta Doença Venosa. https://www.alertadoencavenosa.pt/causas.
6 – Gonçalves Dias, P. (21/04/2019) «A estratégia de tratamento da doença venosa deve ser personalizada». https://www.hospitaldatrofa.pt/noticias-e-eventos/noticias/a-estrat%C3%A9gia-de-tratamento-da-doen%C3%A7a-venosa-deve-ser-personalizada/.
7 – Brandão, D. «Doença venosa crónica – varizes», Just News. https://justnews.pt/artigos/doenca-venosa-cronica-varizes.
8 – Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular. «Tratamento Da Doença Venosa Crónica». Alerta Doença Venosa. https://www.alertadoencavenosa.pt/tratamento.
9 – Nicolaides, A. et al. (2018) «Management of chronic venous disorders of the lower limbs. Guidelines According to Scientific Evidence. Part I», International angiology : a journal of the International Union of Angiology 37: 181–254. https://doi.org/10.23736/S0392-9590.18.03999-8.
10 – Tsukanov, Y e Nikolaichuk, A. (2017) «Orthostatic-Loading-Induced Transient Venous Refluxes (Day Orthostatic Loading Test), and Remedial Effect of Micronized Purified Flavonoid Fraction in Patients with Telangiectasia and Reticular Vein», International Angiology: A Journal of the International Union of Angiology 36, n. 2: 189–96. https://doi.org/10.23736/S0392-9590.16.03708-1.
11 – Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (2011). «Recomendações no diagnóstico e tratamento da Doença Venosa Crónica».
12 – Wittens C. et al. (2015) «Editor’s Choice – Management of Chronic Venous Disease: Clinical Practice Guidelines of the European Society for Vascular Surgery (ESVS)». European Journal of Vascular and Endovascular Surgery: The Official Journal of the European Society for Vascular Surgery 49, n. 6: 678–737, https://doi.org/10.1016/j.ejvs.2015.02.007.
13 – Agu, O. Baker, D. e Seifalian, A. M. (2004) «Effect of Graduated Compression Stockings on Limb Oxygenation and Venous Function during Exercise in Patients with Venous Insufficiency», Vascular 12, n. 1: 69–76, https://journals.sagepub.com/doi/10.1258/rsmvasc.12.1.69.